segunda-feira, 28 de abril de 2014
OU ISTO OU AQUILO
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem, sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
sexta-feira, 25 de abril de 2014
Clube dos Amigos da Biblioteca
O Clube dos Amigos da Biblioteca tem como:
Objetivos:
·
Promover a participação ativa dos alunos na
organização e dinamização da biblioteca;
·
Associar a leitura e a frequência da Biblioteca à
ocupação lúdica dos tempos livres;
·
Criar laços
afetivos e sociais com os livros;
·
Promover o desenvolvimento da autoconfiança, do
espirito de iniciativa, da autonomia, da criatividade e da responsabilidade;
·
Auxiliar a Professora da Biblioteca no
desenvolvimento de determinadas tarefas/atividades;
·
Motivar os alunos de forma a que os
pais/encarregados de educação frequentem a biblioteca e participem ativamente
nas atividades a eles direcionadas.
Destinatários:
·
Todos os alunos que queiram aparecer e,
simplesmente, ajudar, desde que sejam:
o
Alunos do 4º ano de escolaridade;
o
Alunos dinâmicos e com vontade de ajudar;
o
Alunos que se relacionem bem com os colegas;
o
Alunos que não se importem de abdicar do seu tempo
livre;
o
Alunos que se portem de forma exemplar na
biblioteca;
· ·
Deixa o teu nome na biblioteca, só para sabermos
que podemos contar contigo.
·
Vem e participa!!!
Atenção:
·
Os colaboradores terão um crachá identificativo
que deverá ser usado enquanto estão nessa função, para que assim possam ser
identificados pelos colegas que necessitem de ajuda;
·
Quando
chegares à biblioteca coloca o teu crachá e pergunta, à professora que ali se
encontra, em que podes ajudar;
·
Faz o que te disserem independentemente da tarefa
que te seja atribuída;
·
Nem sempre há trabalho indicado para os Amigos da
Biblioteca, neste caso voltam noutra altura;
·
Assina a folha semanal (1º e ultimo nome, bem como
o teu ano e turma), para comprovarmos que estiveste a ajudar e, no final,
podermos dar conta do teu bom trabalho (esperamos que seja o teu caso) ao teu
professor e receberes o certificado de participação.
No
final recebes:
·
Um Certificado de Participação (para juntares ao
teu “Curriculum Vitae”).
·
Um Prémio Surpresa.
A
Professora,
Teresa
Calisto Fernandes
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam
como estas árvores que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que sonho
é vinho, é espuma, é fermento
bichinho alacre e sedento
de focinho pontiagudo
que fuça através de tudo
em perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela é cor é pincel
base, fuste, capitel
que é retorta de alquimista
mapa do mundo distante
Rosa dos Ventos Infante
caravela quinhentista
que é cabo da Boa-Esperança
Ouro, canela, marfim
florete de espadachim
bastidor, passo de dança
Columbina e Arlequim
passarola voadora
para-raios, locomotiva
barco de proa festiva
alto-forno, geradora
cisão do átomo, radar
ultrassom, televisão
desembarque em foguetão
na superfície lunar
Eles não sabem nem sonham
que o sonho comanda a vida
que sempre que o homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos duma criança
António Gedeão
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam
como estas árvores que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que sonho
é vinho, é espuma, é fermento
bichinho alacre e sedento
de focinho pontiagudo
que fuça através de tudo
em perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela é cor é pincel
base, fuste, capitel
que é retorta de alquimista
mapa do mundo distante
Rosa dos Ventos Infante
caravela quinhentista
que é cabo da Boa-Esperança
Ouro, canela, marfim
florete de espadachim
bastidor, passo de dança
Columbina e Arlequim
passarola voadora
para-raios, locomotiva
barco de proa festiva
alto-forno, geradora
cisão do átomo, radar
ultrassom, televisão
desembarque em foguetão
na superfície lunar
Eles não sabem nem sonham
que o sonho comanda a vida
que sempre que o homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos duma criança
António Gedeão
A fábula dos feijões cinzentos
"Metáfora da ditadura vivida pelos portugueses e da liberdade trazida pela revolução dos cravos. Três feijões tomaram conta do reino do "jardim à Beira mar plantado", roubado aos que ali viviam - feijões quye se tornaram cinzentos - o sol, a água e o ar, calando-os com uma bola de futebol. Reprimiram o povo com a policia e a censura e mandaram jovens para a guerra.
Os protestos de muitos feijões, como o vermelho, o Canário, o Preto ou o Rajado, conseguiram dar um empurrão aos opressores (as raízes estavam já podres) e repartir o que, outrora, lhes tinha sido tirado. A partir desse dia de Liberdade, os feijões passaram a ter as cores antigas e no reino vegetal foi a Primavera".
Liberdade
Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga
O Dia da Liberdade
Este dia é um canteiro
com flores todo o ano
e veleiros lá ao largo
navegando a todo o pano.
E assim se lembra outro dia febril
que em tempos mudou a história
numa madrugada de Abril,
quando os meninos de hoje
ainda não tinham nascido
e a nossa liberdade
era um fruto prometido,
tantas vezes proibido,
que tinha o sabor secreto
da esperança e do afeto
e dos amigos todos juntos
debaixo do mesmo teto.
José Jorge Letria
com flores todo o ano
e veleiros lá ao largo
navegando a todo o pano.
E assim se lembra outro dia febril
que em tempos mudou a história
numa madrugada de Abril,
quando os meninos de hoje
ainda não tinham nascido
e a nossa liberdade
era um fruto prometido,
tantas vezes proibido,
que tinha o sabor secreto
da esperança e do afeto
e dos amigos todos juntos
debaixo do mesmo teto.
José Jorge Letria
Compilação de textos poéticos muito breves (tercetos) subordinados a um mote comum (a definição de liberdade) o livro de José Jorge Letria conduz o leitor numa viagem pelas diferentes formas (muitas metáforas) de olhar e experimentar a liberdade, aqui recriada como uma das maiores conquistas da Humanidade.
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